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Corpos
de barro: vozes do silêncio1
Sônia Missagia
Mattos2
“Você quer saber
o que se passa no interior das coisas e se contenta em considerar
seu aspecto exterior; você quer saborear o cerne e se agarra
à casca”. Franz von Baader3
“À força
de olhar um seixo, um animal, um quadro senti que eu entrava neles”.
Flaubert4
Apesar de saber que vários
críticos, filósofos, estetas dediquem grande parte
de seus tempos às teorias da arte, e que esse seja um vasto
e bem estabelecido campo, quando inicio a escrita desse texto sinto
que o que mais tenho são perguntas. Como será que
aqueles cuja profissão é descrever e entender a arte,
por exemplo, a de Picasso, ou a de Klimt, escreveriam sobre cerâmica
do Vale do Jequitinhonha, ou sobre as máscaras balinesas
como arte? Há sentido em se desenvolver uma teoria da arte
aplicada à “nossa” arte e, então, aplicá-la
à arte em geral? Que atitudes seriam pressupostas quando
uma disciplina como a Antropologia elege a arte como objeto de estudo?
Analisar, comparar, julgar, classificar obras de Arte? Uma teoria
antropológica da arte não seria uma “teoria
da arte” aplicada à “arte antropológica”?
As respostas, onde estão?
Não sei. Só sei que é complexo falar sobre
a arte. No dizer de Geertz5,
não é apenas complexo é desnecessário,
uma vez que a arte, e aqui estou incluindo a arte do barro do Jequitinhonha,
fala por si mesma. Independentemente de qual seja a sua manifestação.
Quer seja a música, a literatura, as artes plásticas,
a arte parece existir em um mundo próprio, que está
para além do alcance do discurso. Bem fala Geertz, quando
diz que se alguém tiver que perguntar o que é o jazz,
nunca ficará sabendo o
que ele é6.
Todas as pessoas que têm sensibilidade
para com a estética, continua Geertz, sentem dificuldades
quando têm que falar sobre um trabalho de arte do qual pensam
ter percebido alguma coisa de valor. Porém, o que quer que
digam, as palavras sempre parecem soar vazias ou falsas. No entanto,
a percepção de algo importante em uma obra de arte
move as pessoas a falar, muitas vezes até incessantemente,
sobre ela. E começam a descrever, a analisar, a comparar,
a julgar, a classificar, ou mesmo a querer fazer teorias sobre a
criatividade, função social, forma, percepção
e mesmo a fazer metáforas tecnológicas, políticas.
E, se tudo isso não tiver êxito, falam um amontoado
de palavras e coisas obscuras, esperando que alguém possa
torná-las claras.
O conhecimento técnico não
é suficiente para se ter um entendimento da arte, como algumas
pessoas podem achar. E essas pessoas chegam até mesmo a pensar
que o segredo da força da estética esta localizado
nas relações formais entre, por exemplo, sons, imagens,
volumes, temas, cores, gestos. Há ainda outro tipo de discurso
sobre a arte, segundo o qual ela pode servir, refletir, descrever,
ou ilustrar a experiência humana. Mas, penso que esse tipo
de discurso parece que também, não consegue ligar
as energias específicas da arte à dinâmica geral
das experiências humanas, a um modo próprio de viver,
de expressar a vida.
Os artistas sentem isso de um modo
especial. Em uma entrevista, o Sr. Ulisses Pereira Chave, ceramista
do Vale do Jequitinhonha, mostrando-me o trabalho que está
na fotografia abaixo, comentou: “não sei porque as
pessoas ficam querendo interpretar o meu trabalho. Não dá
para interpretar. As pessoas na escola de artes ficam querendo,
mas não dá. Você está vendo aqui? Cada
pontinho desses que está desenhado aqui é uma letra.
É minha letra. Você não entende minha letra.
E eu não entendo a sua. Não
dá para interpretar”7.
É claro
que os sentimentos que as pessoas têm pela vida aparecem em
muitos lugares, e não apenas na arte. Eles aparecem na sua
religião, nas suas concepções morais, no seu
comércio, na sua tecnologia, em sua política, em suas
leis, em seus divertimentos, ou mesmo na existência prática
do dia a dia. Como diz Lira Marques, “o canto e a dança
são a maneira que o povo tem de expressar seu sentimento,
de disfarçar seu sofrimento.”8
O que Ulisses e Lira me mostram
é que não posso falar sobre a arte do barro fora de
um contexto geral da vida social. É preciso fazê-lo
de dentro dessas outras expressões do viver e das estruturas
de experiência coletiva que elas sustentam.
Assim, no mundo da arte do
barro, não se entra de imediato. O que diz uma ceramista
pode ser uma das entradas: “Vou pegando o barro e já
vem aquela vontade de fazer... Já vem aquela espécie
na cabeça. Assim, também, se eu for fazer aquela peça
que veio no pensamento e eu trocar por outra, aquela outra não
dá certo. Só dá certo aquela que veio no pensamento.
Tem este mistério no meio. Só dá certo aquela
que veio no pensamento. É muito mais pior fazer a cópia
do que aquela peça que veio na cabeça, por instrução
da gente mesmo. É muito difícil dar certo. Dá,
mas dá muito trabalho. Tem que sair do jeito que eu peguei
prá fazer o que eu pensei. Ou, às vezes, tem a amostra,
daquela espécie dali que eu peguei. Se eu for trocar, depois
de pegar no barro, depois de começado, não dá
certo. Até faz, mas é muito mais complicado. Demora
vir a aparência, as feição daquilo que a gente
quer fazer. Nem eu num sei o porquê desse
mistério”...9
Aqui se pode dizer, com Bachelard,
que o artista do barro exercendo sua arte “sobre uma matéria
amorfa, submete essa matéria a certas restrições:
ele a despedaça e a modela, impondo-lhe limites”. Mas,
o barro reage penetrando também nas mãos e no coração
do ceramista, fazendo renascer nele, a consciência da mão
do trabalho, que segundo Bachelard, desperta em
nós o ser ativo. Pois, toda mão é consciência
de ação.10
Tal como diz Levi Strauss,
o trabalho do ceramista, “consiste, justamente, em impor uma
forma a uma matéria que anteriormente não tinha nenhuma.”11
As peças de cerâmica do Vale, onde não se faz
uso do torno e nem da forma, são moldadas com as mãos.
Mãos felizes, no dizer de Bachelard, mãos felizes
porque criadoras de vida.
Mas, que vida pulsa dentro
delas? Que vozes elas guardam em seu interior?
A vontade de olhar para o
interior dos corpos modelados pela arte do barro do Vale, reporta-me
a Magritte, quando com toda precisão da figuração
pinta um cachimbo e escreve sobre ele: “Isso
não é um cachimbo”12.
Saltando de Magritte para
o Vale, arrisco a dizer que as imagens que estão nas fotografias
acima, não são imagens de corpos modelados pela arte
do barro. Pensar que o sejam é apenas receber a imagem superficial
delas é apenas agarrar a casca quando se pode saborear o
cerne.
O modo de pensar apenas a
coisa em si, tolhe toda curiosidade voltada pra o interior das coisas
e, a nossa visão, os nossos sonhos ficam limitados à
forma superficial, exterior dos objetos. E, nos levam à conclusão
de que tudo não passa de aparências, de que é
inútil ir ver e de que é mais inútil ainda
imaginar.
A vontade de olhar no profundo,
falo ainda com Bachelard13,
essa vontade do olhar que necessita das profundezas, torna a visão
aguçada, torna a visão penetrante. Transforma a visão
em uma violência. Ela detecta a falha, a fissura, a fenda
- e nos deixa entrever uma possibilidade inter-dita de além-sentido
- pela qual se pode violar o segredo das vozes silenciosas dessas
figuras e me faz repetir: essas imagens acima não são
, apenas, figuras modeladas no barro. Ou seja, essas figuras não
são conceitos. Não se isolam em, mas tendem, precisamente,
a ultrapassar sua significação - porque elas são
o modo de o ceramista e sua obra habitarem o mundo. São um
ponto de encontro entre o ceramista e o mundo em que ele e a comunidade
vivem. Pois ao modelar um corpo o ceramista não está
apenas modelando um corpo e sim um modo de estar no e com o mundo.
Se ao modelar o barro o ceramista
pensa e sonha14,
ao escrever o que em mim sente está pensando15.
Ou seja, para conhecer essas vozes, para compreender sua significação
é necessário sentir. É necessário reduzir
o hiato entre o conhecer e o sentir. É necessário
falar de paixão16.
E falar de paixão, ou falar com-paixão é o
mesmo que se dizer que o se vê ou se sente acha-se rodeado
de uma atmosfera especial, de alegria ou de pena, de angústia,
de excitação, de exaltação, ou de prostração.
Os objetos mudam de fisionomia e matizam-se com as tintas de nossa
paixão, com amor ou ódio, com temor ou com
esperança17.
Unir o sentir e o pensar não
é o modo mais praticado de fazer ciência. A experiência
científica, ou a racionalidade de estilo cartesiano, tende
a desenvolver uma experiência objetiva tirando de seu caminho,
de seu discurso, por considerar como inimigos do pensamento, a sensualidade,
a sensibilidade, o desejo e a paixão. E, assim, transforma
a busca do conhecimento, o impulso para a verdade, em uma caminhada
árida, penosa, lenta. Isso incompatibiliza - porque coloca
como opostos - a relação entre a pessoa e o seu desejo,
entre a mente (razão) e o corpo, entre significante e significado,
entre forma e conteúdo.
Mas é possível
sentir sabor no saber18,
é possível caminhar com alegria, com prazer para o
objeto de conhecimento, sentindo prazer no desafio da ilusão.
Afinal, como diz Cassirrer, somos animais simbólicos, ou,
ser simbólico é nossa marca.
É nesse sentido que
tento caminhar, ao buscar ouvir as vozes que pulsam no interior
das peças produzidas pela arte do barro. Isso porque nessas
imagens há uma irrupção de sentidos. Nelas
há uma significação que não se reduz
a um mero signo estruturado pela vertente do logos. De acordo com
Cassirrer, temos que o logos é apenas uma das vertentes que
pode estruturar o signo. A outra vertente que estrutura expressões
artísticas, como os corpos produzidos pela arte do barro
do Jequitinhonha, é o mythos. E o mito, como é por
ele descrito, consiste muito mais em ações que em
meras imagens ou representações.19
Transpondo o pensamento de
Cassirrer para a arte do barro, podemos dizer que temos duas formas
de tentar ouvir o que esses objetos dizem. Por um lado podemos enfocá-los
como lugar privilegiado da manifestação do logos.
Dessa forma, eles seriam um mero signo, cuja marca principal seria
a arbitrariedade o que levaria a que se emitisse conceitos sobre
os acontecimentos tal como são vividos lá.
Mas, o acontecimento vivido,
como mostra Benjamin, é um acontecimento finito, ou pelo
menos encerrado na esfera
do vivido20.
Por outro lado, se pode contrapor ao enfoque que privilegia o logos
um outro enfoque que, pelo menos, reconheça que neles exista
um lugar onde a racionalidade mítica perpasse essas figuras21.
Assim esses trabalhos seriam uma trama onde se torna possível
rememorar os acontecimentos vividos. E o acontecimento rememorado
é infinito, porque é apenas uma pista, uma chave para
tudo o que veio antes e o que vem depois22.
Por isso senti-los dá a pensar.
Mais que reproduzir corpos,
o ceramista tenta captar, através da memória, o real
vivido por ele e sua comunidade. Essas imagens para além
de serem corpos de barro são artifícios da memória
elaborados a partir do barro e desse vivido. É uma alquimia
de sentidos onde a experiência vivida está materializada.
Por isso, um ritmo de vida pulsa, ecoa ali dentro.
Dessa forma, ver um corpo
produzido pela arte do barro é bem mais que ver um corpo
produzido pela arte do barro. É ver-sentir-ouvir esse corpo.
É viver esse corpo. É esse encontro
mágico-mítico23
- do vivido com o modelado que, marca o discurso estético
- que está na intimidade mais profunda dos corpos elaborados
pela arte de barro do Vale. E, todo conhecimento da intimidade das
coisas é imediatamente um poema24
e, a poem should not
meam but be25.
A poesia tem suas raízes
bem próximas às figurações produzidas
pela arte do barro. Com Merleau Ponty, eu diria que há nessas
criações uma voz, uma significação concomitante
à fala, mas não da fala, audível por através
da forma desses objetos e dos discursos sobre eles. Essa voz, atuando
à distância da superfície exterior reune-se
às significações sem tocá-las26.
É uma voz opaca significativa do entorno dessas figuras,
do que está em volta delas, mas também de sua própria
materialidade.
Ao tentar recuperar algumas vozes profundas a partir da superfície
dessas imagens - com vontade de ouvir o labirinto que é o
avesso desses corpos - lembro-me de Walter Benjamin quando recontando
a história da Bela Adormecida fala sobre o acordar de uma
princesa em um quarto de um castelo secular. Só que essa
princesa, foi acordada não pelo beijo de um belo príncipe,
mas pelo ressoar, que se espalhou por todo o velho castelo, do zunir
do labirinto do aprendiz de cozinheiro, quando o seu chefe lhe deu
um soco no ouvido27.
Lembro-me também do
poema de Aragon28,
que diz de uma moedinha que cai na calçada e tine. Da moedinha
que passa de mão em mão, sem cair, não se ouve
mais a materialidade de que é feita. Não se ouve mais
a vida que pulsa ali dentro. Mas, uma moedinha do poema cai e soa,
tine, vibra, ressoa - rompendo não só o continuum
da circulação (de mão em mão), mas recuperando
a voz da materialidade adormecida.
O ressoar que se propaga do
labirinto do aprendiz para os labirintos do velho castelo e o zunir
da moedinha que cai acordam antigas memórias e as traz como
acontecimentos novos. São um grito de alerta em meio a uma
história monótona repetitiva e contínua. Também,
nas figuras elaboradas pela arte do barro vozes profundas zunem,
ressoam sob a superfície dura do barro - é a história
e a memória da vida do artista e de sua comunidade que pulsam,
latejam ali dentro. Por isso a elas não apenas se contempla,
mas se reage - elas
trazem imagens de despertar29.
Mas como ouvir esse inter-dito,
essa fenda, essa fratura de tempo e espaço possibilitada
pelas figuras de barro?30
O importante para isso é tentar reaprender a sentir e a ouvir
- é tentar desaprender a ver apenas a imagem do signo a partir
do seu exterior e que sufoca, ofusca seu ressoar interior.
Durante a elaboração
desse meu artesanato intelectual, para tentar pegar esses instantes,
para tentar ouvir-lembrar as vozes desses corpos, evoco o Vale,
tento rememorar as coisas vividas por lá, enquanto elas permanecem
interditas e esquecem de fugir, como uma memória-saudade.
Mas sei que muitas vezes me
engano. Ai, como Guimarães Rosa diz, “não acerto
no contar porque estou remexendo o vivido longe, alto com pouco
caroço, querendo esquentar, demear, de feito meu coração
naquelas lembranças . Ou, quero enfiar a idéia, achar
o rumozinho forte das coisas, caminho do que houve e do que não
houve. Às vezes não é fácil.
Fé que não é”31.
Fé que não é
fácil. Principalmente porque à medida que quero transpor
de um lugar para o outro, sei que não estou me limitando
a sair de um lugar para outro já pronto mas, estou saindo
de um lugar para, no próprio movimento de sair, criar o lugar
em direção ao qual estou indo. É um passo um
tanto mágico e um tanto misterioso. E ai tento pedir ajuda
aos estudos semióticos que tentam capturar esses passos nos
estudos míticos detendo-se em cada um dos patamares do discurso
gerativo de sentido.
O que o pensamento mítico
tenta resolver são os paradoxos que uma experiência
sensível contraditória oferece à vida em sociedade.
Nesse sentido, ele busca reorganizar as categorias do pensamento,
colocando em relação, por meio de procedimentos discursivos
(cuja natureza é explicável no percurso gerativo),
elementos tomados a diferentes ordens da realidade (mineral, vegetal,
animal, humana) de modo a chegar a reformular e a transformar a
ordem das coisas e a realidade social. Isso faz com que o mito seja
situado no centro do processo da significação, que
ele seja visto como um modo de linguagem; como lugar de um processo
de semiose: a experiência humana donde ele retira seu material
de significação é, ela própria, uma
organização significante da realidade. Por isso, a
função de significar que é própria do
mito e que constitui a sua essência, não pode, por
conseguinte, ser compreendida senão no quadro da explicação
do funcionamento semiótico de todo sistema cultural.
Há um verso de uma
canção popular que diz assim: “Se a mão
livre do negro tocar a argila, o que é que vai nascer? Vai
nascer pote prá gente beber.” Ao que acrescento, faz
nascer coisas para a gente sentir/pensar.
É a essa caminhada,
é a essa volúpia do sentir e do pensar que me convidam
as aventuras materializadas dos artistas de barro do Vale do Jequitinhonha.
Notas
1 - Texto apresentado
em 01.04.2004.
2 - Professora no
Departamento de Ciências Sociais/Cchn/Ufes. Cientista política
e antropóloga.
3 - apud BACHELARD,
Gaston. A Terra e os Devaneios do Repouso. S. P. Martins fontes.
1990. p. 7.
4 - Apud BACHELARD,
Gaston. A Terra e os Devaneios do Repouso. S. P. Martins fontes.
1990. p. 11.
5 - GEERTZ, C. Art
as a Cultural system. In. Local Knowledge . New York. Basic Books
Inc. 1983. p. 95.
6 - GEERTZ, Clifford.
Art as a Cultural System. In Local Knowledge. op. cit. p. 94.
7 - Ulisses Pereira
Chaves – Santo Antônio do Caraí – Entrevista
em 01-08-97. Entrevista: 09-03-97.
8 - Maria Lira Marques
- Uma mulher do Vale - uma artista negra e pesquisadora da cultura
popular do Vale do Jequitinhonha.
9 - Salete. Comercinho.
MG. Entrevista realizada em 08-11-1997.
10 - BACHELARD,
Gaston. O Direito de Sonhar. 2 ed. São Paulo. DIFEL, 1986.
p. 53.
11 - LÉVI-STRAUSS,
Claude. A Oleira Ciumenta. op. cit. p. 29.
12 - FOUCAULT,
Michel. Isso não é um cachimbo. Rio de Janeiro. Paz
e Terra. 1988.
13 - BACHELARD,
Gaston. A terra e os devaneios do Repouso. op. cit.
14 - Ver BACHELARD,
Gaston. O Direito de Sonhar. op. cit.
15 - Fernando
PESSOA.
16 - “Poder
falar de paixão é tentar reduzir esse hiato entre
o conhecer e o sentir”. Ver: GREIMAS, A.J. & FONTANILLE,J.
Sémiotique des passions. Des états de choses aux états
d’âme. Paris. Seuil. 1991. p. 22.
17 - Ver: CASSIRRER,
E. Antropologia Filosófica. México, FCE. 1963. p.
119.
18 - PERRONE-MOYSÉS,
Leila. Roland Barthes. O saber com sabor. São Paulo. Brasiliense.
1983.
19
- CASSIRRER, E. Antropologia Filosófica. México, FCE.
1963. p. 123. Aqui pode parecer que entro em choque com uma representação
estática do mito, tal como é atribuída ao pensamento
de Levi-Strauss, mas ele próprio diz que sua concepção
de mito é dimâmica. Ao lermos Mythologiques, de fato,
pode parecer que somos é levado a uma sensação
de estaticidade, mas no texto Finale de L’Homme nu se pode
perceber a ressonância dinâmica de todo o universo mítico
que foi tratado nas análises anteriores. LEVI-STRAUSS, C.
L’Homme nu.Mythologiques IV. Paris. Plon. 1971.
20 - BENJAMIN,
Walter. A Imagem de Proust. In. Obras Escolhidas: Magia, Técnica,
Arte e Política. p. 37.
21 - Aqui há
teóricos que sem dúvida ajudam a pensar esse lugar:
Ver: BARTHES, R.; BENEVISTES, E.; HJELMSLEV.
22 - BENJAMIN,
Walter. A Imagem de Proust. In. Obras Escolhidas: Magia, Técnica,
Arte e Política. p. 37.
23 - Levi-Strauss
em L’Homme Nu, diz de uma aurora dos mitos, em cujo fundamento
estariam microtextos condensados (os zoemas), onde se pode captar
a relação entre aquilo que é da ordem do sentido
e o que é da ordem do mundo, entre o que é da ordem
do semântico e o que é da ordem da figura. LEVI-STRAUSS,
C. L’Homme nu.Mythologiques IV. Paris. Plon. 1971. p. 479-558.
24 - BACHELARD,
Gaston. A terra e os devaneios do Repouso. p. 10.
25 - Um poema
não deve significar, mas ser. MC LEISH - Apud. ASSIS. p.
14
26 - Em Sobre
a Fenomenologia a Linguagem, Merleau-Ponty diz de uma significação
linguageira da linguagem, uma voz concomitante à fala, mas
não da fala, legível na própria textura do
gesto linguageiro, mas não contida nele, que atuando à
distância reune-se. MERLEAU-PONTY, M. Sobre a Fenomenologia
da Linguagem. In. Os Pensadores. São Paulo. Abril Cultural.
1975. p. 323.
27 - BENJAMIN,
Walter. Apud BUCK-MORRS, Susan. The Dialetics of Seeing. Walter
Benjamin and the Arcades Project. London. The MIT Press.
28 - ARAGON. Apud
ASSIS SILVA, Inácio. A Escuta do Sensível. In. ASSIS
SILVA, Inácio (org.) . CORPO e SENTIDO. São Paulo.
UNESP. 1996. p. 10.
29 - BACHELARD,
Gaston. A Matéria e a Mão. In. O Direito de Sonhar.
São Paulo: DIFEL. 1986.p.53.
30 - Pensando
com Greimas, a figuratividade não é um ornamento das
coisas, mas essa tela que graças à imperfeição
ou por causa dela, possibilita um entreabrir-se, uma fratura que
nos deixa, como que entrever uma possibilidade de além-sentido.
GREIMAS, A. J. De l’imperfection. Périgueux. Pierre.
Fanlac. 1987. Apud. ASSIS Silva, Inácio. A Escuta do Sensível.
op. cit.
31 - GUIMARÃES
ROSA. Grande Sertão Veredas.
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