ESCULTURAS DE HELOÍSA GALVÃO
Artista: Heloisa Galvão
Título e Dimensões não informados
Técnica: Instalação com vasos de argila esmaltados
e hastes de ferro cravadas num espaço em círculo de
terra solta, ao natural.
A partir do momento em que o espaço e o ambiente
de uma galeria valorizam-se e tornam-se parte de uma obra, a esta
denominamos uma instalação. Uma reunião de
matérias diversas que compõem uma obra e ao mesmo
tempo reconstrói o espaço criticamente. A instalação
seria uma resultante de um processo de busca às formas artísticas
modernas, dando-lhes um ar poético contemporâneo.
A instalação em análise ocupa
um lugar de cartão de visitas na galeria, tanto no seu posicionamento
físico como na altivez, elegância, imponência.
Ao mesmo tempo numa singeleza que nos atrai com simpatia, como um
convite a entrar.
Na sua composição existe uma distribuição
ordenada das peças em cerâmica e das hastes em ferro
que as sustentam.Utilizando recursos geométricos, a artista
distribui hastes, das maiores para as menores, do centro para as
laterais, dando ao topo da obra um formato circular. A cerâmica
que apresenta formatos orgânicos lembra-nos flores com diversas
nuanças, de cores sóbrias, frias, passando uma tranqüilidade
e harmonia entre si.
De todas as formas que é vista a obra, seja na lateral, em
sua base ou no topo, colocamo-nos diante de uma circunferência
e ao andarmos ao seu redor, tempos a sensação de movimento,
como a obra interagindo junto a nós, o que nos remete a questionar
se houve, pela artista, pretensões de relacionar a obra ao
Planeta Terra. Reforçamos o questionamento quando percebemos
a matéria principal, solta, ao natural e em círculo
delineando o espaço ocupado pela obra.
As peças em argila parecem flores que buscam
a luz, como na natureza, com suas aberturas voltadas para as laterais,
numa ânsia de alcançar a claridade que as energiza,
tanto quanto a base de terra que as floresce. Também da terra
ressurge o ferro – parte tão importante na obra quanto
a argila - que dá sustentação, equilíbrio
e altivez “as flores”.
- No ferro, frieza e rigidez...
- Na argila, fragilidade e maleabilidade...
Apesar da oposição natural existente
na composição dos dois elementos principais da obra,
o artista consegue combiná-los e alcança uma harmonia
perfeita prevista para o conjunto.
Concluindo, apesar desses elementos serem utilizados desde os primórdios
da humanidade; a criatividade, sensibilidade, experiências
do cotidiano fazem com que através deles possa se obter trabalhos
com tendências modernas como é o caso da obra em estudo.
Maria Helena Figueiredo
Soares
Maria do Carmo Bazani
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