Editorial
Miro Soares

Críticas
Miro Soares 1
Miro Soares 2
Daniel R. Coes
Dante José de Araújo 1
Dante José de Araújo 2
Djenane Soares Alves
Edileuza Penha de Souza 1
Edileuza Penha de Souza 2
Antônio Eugênio P. de Castro
Jaqueline do Nascimento
Juliana de Souza Silva 1
Juliana de Souza Silva 2
Marco Antonio Oliva
Maria Helena/Maria do Carmo
Rubiane Maia
Sonia Maria Cabral Quinamo

 


 


SACRE COEUR

ATTILIO COLNAGO, SACRE COEUR – OBJETOS
Galeria Homero Massena, Vitória-ES
20 de novembro de 2002 a 15 de janeiro de 2003

A exposição de Attilio Colnago trata de um tema religioso; o sagrado coração de Maria. Com esse tema, o artista busca conteúdo bíblico como uma base para sua expressão. Cada uma das obras são diferentes entre si, cada uma com uma personalidade diferente; no entanto, todas elas tem uma estética semelhante. Embora seja um tema clássico, a exposição se apresenta de modo diferente, beirando entre o bizantino e o moderno, usando cores fortes, e abstração.

Essa estética é uma das coisas que o artista faz muito bem, e ele parece fazer uso disso para levar o observador para dentro da obra. Essas cores fortes ora sugerem um sentimento de dor, ora de paixão, estando os dois ligados um ao outro.

À primeira vista parece bem claro que essas obras tem algo mais que apenas o seu conteúdo religioso.

No primeiro conjunto de obras, o artista coloca vários corações de um material visivelmente sintético e artificial que lembram doces, ou algo do tipo. Outra obra interessante nesse aspecto tem duas mãos sobre um fundo azul com a imagem da Virgem Maria; esta obra tem um tom mais calmo, ainda como se tivesse falando das dores da paixão, mas, dessa vez, com um tom menos violento e mais esperançoso. Em outras duas obras, o trabalho parece remeter a algo sobre a infância e o passado.

A simbologia religiosa e a referência bíblica, além de serem um tema popular, em que muitos se identificam, enriquecem ainda mais o trabalho pelas histórias que podem servir como exemplo. A religião é, na verdade, uma necessidade humana, assim como a paixão, mesmo que seja em uma escala bem diferente. Ela é um conjunto de mitos e de regras que tentam explicar o incompreensível, e dar sentido à vida.

Enfim, o artista parece usar todos esses elementos visuais e religiosos como uma base para sua expressão. A arte em si é algo que vem de dentro; seria difícil fazer uma obra que possa ser chamada de artística a se não houvesse um sentimento mais especial por esse trabalho. Embora o tema seja religioso, as obras parecem ter um sentido muito mais profundo e pessoal.

Daniel R. Coes
daniel_coes@yahoo.com